Nos últimos anos, conceitos como sustentabilidade e gestão responsável ganharam destaque no mundo dos negócios. No entanto, ainda existe alguma confusão entre duas abordagens que, embora relacionadas, têm objectivos e aplicações diferentes:

A conversa entre ESG e CSR não tem a ver com a escolha de um ou de outro, mas sim com a compreensão de como cada modelo proporciona valor e qual é o mais adequado para a estratégia empresarial.
A responsabilidade social das empresas em perspetiva
A RSE nasceu como uma forma de mostrar o compromisso das empresas com o seu ambiente. Em muitos casos, surgiu ligada à filantropia: donativos, patrocínios, programas culturais ou ambientais. Com o tempo, expandiu-se para iniciativas de voluntariado empresarial, campanhas de reciclagem ou projectos sociais destinados a reforçar a reputação.
Esta abordagem, embora valiosa, é muitas vezes entendida como um complemento à atividade empresarial, e não como um foco central da empresa. Em alguns sectores, o seu impacto real foi mesmo questionado, uma vez que nem sempre é acompanhado de mudanças estruturais ou de métricas verificáveis.
A emergência dos critérios ESG
Os critérios ESG, por outro lado, provocaram uma mudança profunda. Em vez de se centrarem em iniciativas pontuais, procuram integrar a sustentabilidade no próprio modelo de gestão. Fazem-no através de indicadores mensuráveis que abrangem três dimensões essenciais: ambiental, social e de governação.
Este quadro permite avaliar, por exemplo, o nível de emissões de uma empresa, a sua política de diversidade e inclusão ou a transparência do seu conselho de administração. Como são verificáveis, tornam-se uma ferramenta muito apreciada por investidores e reguladores.
Diferenças práticas que moldam a estratégia
As diferenças entre as duas abordagens não são apenas conceptuais, mas também práticas:
- Temporalidade: as acções de CSR tendem a ser pontuais; os critérios ESG exigem uma estratégia contínua.
- Avaliação: enquanto a primeira é medida em percepções ou impactos visíveis, a segunda fornece dados objectivos e comparáveis.
- Motivação: a CSR responde ao compromisso social e de reputação; a ESG à gestão do risco e à criação de valor sustentável.
- Escalabilidade: os projectos sociais podem ser limitados a determinadas áreas; os indicadores sustentáveis têm impacto em toda a organização.

Procura do mercado e pressão regulamentar
Um dos factores subjacentes ao aumento dos critérios de sustentabilidade é a pressão do mercado. Cada vez mais investidores exigem informações claras e quantificáveis antes de decidirem onde colocar o seu capital. Do mesmo modo, a regulamentação internacional está a pressionar as empresas a publicarem relatórios de sustentabilidade normalizados e auditáveis.
Isto não significa que a RSE seja obsoleta: continua a ser um canal importante para estabelecer uma ligação com a comunidade e reforçar a proximidade da marca. A diferença é que, enquanto uma reforça a imagem, a outra garante a transparência e a resiliência a longo prazo.
Como combiná-los eficazmente
A chave para as organizações modernas não é escolher entre um ou outro, mas aprender a integrá-los. Uma empresa pode conceber campanhas sociais que reforcem o seu compromisso com o ambiente, ao mesmo tempo que constrói um sistema de indicadores para apoiar o seu desempenho sustentável.
Esta abordagem dupla traz vantagens significativas: uma reputação positiva aos olhos do público em geral e a confiança dos mercados financeiros através de dados verificáveis.
Exemplos de diferentes sectores
- Indústria da energia: enquanto a CSR pode centrar-se em projectos de reflorestação, os indicadores sustentáveis avaliam as reduções de emissões ao longo da cadeia de valor.
- Setor alimentar: uma marca pode doar alimentos a comunidades vulneráveis, mas ao mesmo tempo tem de informar sobre a forma como gere o consumo de água ou a rastreabilidade das suas matérias-primas.
- Tecnologia: os programas de capacitação da comunidade digital fazem parte da RSE, enquanto os critérios de sustentabilidade analisam a utilização ética dos dados e a eficiência energética dos seus centros de dados.
Conclusão
Compreender a diferença entre as duas abordagens é vital para a conceção de uma estratégia empresarial coerente. Enquanto a RSE permite uma ligação estreita com a comunidade e reforça o compromisso social, os critérios de sustentabilidade oferecem transparência, credibilidade e confiança a longo prazo.
O futuro passa pela combinação dos dois modelos, transformando a sustentabilidade num verdadeiro fator de competitividade. Para facilitar este processo, ferramentas digitais especializadas permitem recolher dados, gerir indicadores e monitorizar projectos sociais num único ambiente. A Prodity Software oferece soluções que ajudam as organizações a integrar eficazmente a sustentabilidade na sua estratégia, promovendo uma gestão mais sólida, transparente e alinhada com as expectativas actuais.









